terça-feira, 22 de março de 2016

Resenha do livro: Viver é feito à mão/ Viver é risco em vermelho

Guerreiras de fé: em busca do impossível


Como sabemos, em nossas vidas temos e devemos escolher um caminho, uma alternativa, a qual poderá ou não abrir portas para o nosso futuro. O livro Viver é feito à mão/Viver é risco em vermelho fala sobre duas meninas que não poderiam ter feito escolha melhor: a leitura.
Este livro, com autoria de Nilma Lacerda, conta a história de duas jovens chamadas Alínquiça e Maria Joana D´Arc, a primeira de classe média e a segunda de classe baixa, a qual é moradora da favela da Maré. As duas são desapontadas: uma porque sua família não compreende tal paixão pela leitura (Alínquiça) e a outra por causa da pobreza e do preconceito racial (Maria Joana D´Arc). Ambas possuem seres imaginários, os quais elas conversam e trocam ideias que servem como sustento para que a esperança e o sonho de se tornarem escritoras continue vivo.
Essa obra é composta por dois enredos: o primeiro vai até o meio do livro (Viver é feito à mão) e no segundo a leitura é realizada tendo como base o estilo Mangá (Viver é risco em vermelho), fazendo com que se leia ao contrário, ou seja, de trás para frente, onde esse tipo de recurso utilizado pela escritora, além de ser bastante interessante é também de excepcional criatividade, uma vez que essa espécie de método foge da normalidade que encontramos atualmente, assim chamando a atenção dos leitores.
Em conjunto com essa técnica, foi feita também a colocação de outro artifício de entretenimento: a ilustração, onde é inserida de maneira estratégica no início de cada capítulo, tendo como objetivo principal incentivar a leitura, já que, quem estará lendo provavelmente vai procurar relacionar o desenho com seu respectivo capítulo, o qual também gostei muito.
Assim este se torna mais um clássico de Nilma Lacerda, com duas tramas que se completam de uma maneira muito harmoniosa e fascinante, as quais retratam de um modo bem descontraído a realidade dura de uma pessoa negra e pobre além da incompreensão familiar que ocorre pela não aceitação da escolha de um membro da família.                                                      
Logo abaixo temos alguns conteúdos relacionados ao livro!

                                          Viajar pela leitura

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!

Clarice Pacheco